domingo, dezembro 24

Saga de Natal

Antes de mais nada quero deixar bem claro que detesto lugares cheios, detesto pessoas me acotovelando, detesto aglomeraçoes, detesto engarrafamento, detesto cheiros estranhos e pessoas pisando no meu pé...e qualquer outra consequência de lugares abarrotados de pessoas.

Mas...é Natal.

E nessa época eu acho divertidissímo me meter nessas confusões. Mas antes de ser chamada de louca ou ensandecida, vou tentar me explicar. Até ano passado, eu acreditava que essa minha vontade de me degladiar com pessoas na rua carregando sacolas gigantescas de lojas ou viver a expectativa de encontrar uma vaga para estacionar estava diretamente relacionada com meu espírito natalino.

Eu sempre gostei de Natal, do tipo de pessoa que começa a desejar feliz natal com um sorriso no rosto desde o dia 15 de dezembro, do tipo de pessoa que assiste filmes natalinos que tentam provar a existencia de papai noel, do tipo de pessoa que gosta de ouvir as musiquinhas de natal e sentir o cheiro de insenso na rua enquanto compra as lembrancinhas pra todas as pessoas que conhece, apenas por gostar do Natal.

Muitos amigos que eu tenho odeiam o Natal, alguns dizem que é um feriado capitalista, outros tem alguma historia tragica relacionada ao Natal, outros acham uma comemoração idiotizada, outros não se dão bem com a família e põem a culpa no Natal e outros na verdade que odeiam e não têm nem razão, só odeiam e pronto.

Eu gosto porque tenho boas lembranças do Natal, sempre foi uma epoca mágica pra mim, família reunida, meu pai fazendo eu olhar pro céu procurando o trenó enquanto meu irmão vestido de papai noel saía escondido da casa e tocava a campainha fazendo "ho ho ho" e cheio de presentes, o cheiro das velas de natal, os enfeites, as luzes da árvore que eu montava com a minha mãe, as rabanadas, panetones, nozes que eu quebrava na porta da cozinha e deixava minha mãe louca, o bacalhau, as piadas e implicancias da família durante o jantar, a oração, cantos e deboches dos meus irmãos, tudo isso foram pequenos momentos ao longo da minha vida, e que em todo Natal eu tento relembrar tentando resgatar um pouquinho dessa "mágica".

Mas esse ano nao foi bem assim, nao tem um enfeite de Natal na minha casa, nao comprei presentes pra ninguem (só pro amigo invisivel do trabalho), até assisti um filme de natal mas nao teve muito efeito, meu espírito de natal nao tá lá muito animado esse ano. Mas mesmo assim, me mandei para a rua, acho que com o intuito de me distrair e lutar pela minha vida...e devo dizer, continua divertidissímo.

E aconselho, quem tiver coragem, a fazer o mesmo proximo ano. Por que as figuras que você encontra, os mantras que você entoa para manter a sanidade e mesmo a capacidade de se relacionar com as pessoas, te fazem uma pessoa melhor hehehe.

Pessoas batem em você com sacos gigantescos das lojas americanas, estranhos puxam conversa sobre os assuntos mais absurdos numa fila, você é empurrada, pisada, acotovelada, pinga de suor como se estivesse no Saara, encontra uma mulher se acabando de chorar no banheiro sem saber pq (provavelmente ela encontrou o ex-noivo de 5 anos que disse q nao queria ter filhos com a mais nova mulher, com dois filhinhos pendurados no braço e cheios de presentes de natal...bom, quem sabe né?), troca dicas de estacionamento enquanto espera por uma vaga e ainda tem um lindo cavalheiro num carro prateado (na verdade nem me toquei pra cor do carro hehe) dizendo que vai segurar o transito pra você fazer uma manobra em segurança.

Crianças chorando, senhoras andando devagar e adolescentes tentando te derrubar, tudo isso só pra comprar coisas que eu poderia muito bem comprar depois do Natal. Mas perder a oportunidade de lutar pela minha vida?? Nunca...

Um comentário:

D disse...

hahahahahahaaha
cavaleiro de carro prata foi tudo!
amei o post
tô com saudades.